Edifício Residencial – Sobradinho
O ponto de partida para a proposta das Unidades Habitacionais Coletivas de Sobradinho é o entendimento do contexto urbano e o terreno de 15x60m com um formato linear que sugere uma estrutura edificada laminar do conjunto. Apesar deste formato amplamente aplicado as habitações coletivas, esta proposta procurou revisitar o formato sugerido e propor uma releitura. Deste modo, ao invés de se estabelecer um circulação num formato mais linear que conectasse a totalidade do edifício, o que geraria um acréscimo de área comum, optou-se por dividir o conjunto em três partes, criando 3 núcleos compactos de circulação. Desta forma, as 72 unidades do conjunto fica dividida em 3 grupos de 24 unidades, que reforça as relações de vizinhança, buscando valorizar conceitos de urbanidade e coletividade. A partir disso, fez-se a interposição dos subconjuntos, adicionando uma forma mais dinâmica e criando espaços intersticiais ao conjunto que contribuem para o aproveitamento da insolação e da ventilação. O movimento dado a forma da distribuição das unidades que configura a planta do edifício baseia-se na modulação estrutural. Esta, por sua vez, assegura vãos menores e mais econômicos, garantido o descarregamento uniforme das cargas até o subsolo e por conseguinte à fundação. O resultado dessa configuração se refletiu nos tipos e formatos das unidades habitacionais. São basicamente 5 tipos de unidades dispostos de duas formas. Os tipos 3 e 4 correspondem as unidades mais numerosas e estão colocadas no meio do conjunto. Tratam-se dos apartamentos de 2 dormitórios com área útil em torno de 50m2. Já os tipos 1, 2 e 5 estão localizados nas extremidades do conjunto. Possuem área útil variável, dentro de 46 e 53m2. A unidade do tipo 2 é a única com 3 quartos e há apenas 6 unidades, 1 por andar. Destes, o tipo 5 é especificamente adaptado para pessoas com deficiência e corresponde a 4 unidades do conjunto com 48,13m2 de área útil atendendo as recomendações estabelecidas na NBR 9050. Para estas unidades também ficaram designadas vagas exclusivas de estacionamento no subsolo, com fácil acesso ao núcleo de circulação. Entretanto, vale ressaltar que todas as unidades são adaptáveis. Além disso, todos os apartamentos possuem a setorização em três áreas: área íntima, social e de serviço. Neles a área de serviço, formada pela cozinha e lavanderia, possui fácil acesso e estão próximas a entrada, elas também tem iluminação e ventilação naturais, assim como a área social composta pelo estar e jantar. Os dormitórios, que compõe o setor íntimo do apartamento estão resguardados, o que assegura privacidade e conforto para os usuários. Eles também tem acesso fácil com o banheiro, que é compartilhado com o setor social e íntimo da unidade. O mobiliário e a organização interna dos apartamentos foi definida de acordo com a diretrizes estabelecidas na Especificação Técnica deste concurso bem como todas as normas e recomendações cabíveis. Assim também foram definidas as áreas comuns de acesso a recreação. O pavimento térreo tem um espaço aberto com pilotis, controlando apenas o acesso as áreas privadas dos núcleos de circulação e do espaço de recreação interna e está sobre o estacionamento no subsolo que avança em área pública, de acordo com a Lei Complementar No. 755 de 28 de janeiro de 2008. A relação entre as áreas comuns, compostas pelas circulações, e a área privativa é positiva, da ordem de 15% se comparada diretamente com a área construída, o que reflete a economia e a racionalidade da proposta. Por fim, a proposta condiz com os parâmetros urbanos e os estabelecidos pelo edital do concurso, assim como respeita e reforça os aspectos positivos que caracterizam o contexto urbanístico de Sobradinho.
Nome Edifícios de Habitação Coletiva – Sobradinho
Cliente Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal- CODHAB-DF
Local Sobradinho, DF
Ano 2016
Status Concurso
Área 7.785,00m²
Equipe Fábio Domingos Batista, Igor Costa Spanger, Luciano Suski, Moacir Zancopé Júnior, Suzanna de Geus, Karin Luciana Klassen, Aline Proença Train, Simone R. N. Born e Rodolfo Luís Scuiciato